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Como poderia não te perdoar...fostes a semente da urdidura que motiva-me a vivera ti pertence a realidade castanha de minhas visõese serás o julgamento piedoso de minha danação.Se amo cada defeito impiamente sagradoque te define e me contradizpois esta em ti a fórmula cicuta da salvaçãoa qual velo, rezo e ojerizo.Pois odeio-me por não te possuire odeio-o por amar-te livreme colocando voluntariamente em escravidãoque inocentemente mais uma vez me domina.
A memória sob mãos proveitosasgestos que escondem versostrajetos que desviam deslizesolhos que cerram a mente.Luzes que calam e matamtraumatismos que cicatrizamsob a agua corrente.Alicerces de areia.Lágrimas a escoltamúsica aos porõessilencio aos inocentes.Beijo da amnésia.
Sigo as linhas proféticas de minhas palmas rosadas
mostrando a solidão nestas cicatrizes natas
Procuro por sinais glorificadores de sua presença
por rugas da juventude ou marcas do porvir.
Sinto a latência central sob a pele marcada
comandando um cruzar geográfico de veias e pulsações
que desesperam-se a manter os fluidos místicos de minha trajetóriaa medir na intercessão das linhas a possibilidade de união.
Impossibilitado de me conhecer
pois nem ao menos familiarizo-me com minha palmaabandono a tradição quiromantica do ser
para entender-me unicamente em sua pessoa.
Quebro o silêncio líquido de nossas mentes
pois chovo por querer-te ventoimaginando seu contemplativo olhar
tornar-se espelho sua utópica pele transfigurar-se fronteira.Temo por sua voz hora real hora covarde
em declinações paternal fraternal e filial
Elevando-me às brasas de sua respiração
que sufoca por tornar-me livre.Hipnotiza-me com seu aspirar faminto e egoísta
e seu espirar ofegante de Azarro
Desejo sua voz como um suicida a liberdadeseguindo a força catalisadora de seu calculado silêncio.
Gostaria de poder tocar as faces morenas de meus fantasmas...
Sentir entre meus dedos o transpassar das luzes que me agridem
vendo-me invadido e proprietário deste prisma ideal.Percebo-me trêmulo...
pois não posso me possuir sem antes te tomar.
Não serei sonhos de minha realidade açoitada
Nem príncipe entre véus cinematográficos.
Sendo assombrado pela corrosão que me abate
deixando-me perecer pela doença que me sustenta
que oscila entre letargia nirvânica
realidade fatal.
Desejo seu toque tempestuosamente macioa aflorar-me como mártir de meu corpoQuero sorver-lhe pelas farpas o seu céue destronar-te a uma humanidade acessível.Demolirei nossos adarves intragáveispara ressurgir a flor-acre de sua peleFundarei em seu corpo um império aminísticoonde poderemos nos eternizar em paraíso dual.Façamos de nossos lábios, abismose de nossas palmas, âncorasfaçamos de nossos corpos, abrigose de nossos desejos, feitores.Para abraçarmos o inconquistávelonde surgirá o que sempre existiuconseguindo solidificar nossos espectroscomo a nódoa de nossas respectivas mentesem nossos corpos trocados.