segunda-feira, 28 de setembro de 2009

naipe



A musica é escutada e esquecida

A paisagem é vista e esquecida
A viajem é aventurada e esquecida

Só as pessoas ficam
como cartas embaralhadas...

S.P, 1997



Percebo luzes
que sobrevivem ao zunido estrépito da metrópole.
Me pergunto
sobre as vidas singelas ou depravadas me rodeiam neste momento.
E me vejo dentro de todos esses dígitos e fôlegos vitalícios.

E só você me arde em vénias,

como gota de nitidez

neste habitat que de forma insolente
insiste em desertar da simetria natural.
Seu olhar, seca minha mente
de maneira que esta estiagem
descompassa minha solidez ostentante
me flagrando em motins de pensamentos.

Gostaria de viola-la e toma-la
de forma simples e real
Sendo absorvido pelo manto de hipóteses
que abraçanos
e desforra minha ciência.

Mas, é mais fácil ter a corpulência
para enfrentar essa cidade
do que possuir a audácia de afagar-me e afogar-me em seu olhar.

Árvore do amor





Pomares de momentos entusiasmados

raízes acalentadas entre a afeição e o desgosto
Um tronco tutelado e escravizante
revestido pelo orvalho libertário

Esse é o sustentáculo da razão
essa é a verdade da piada
a sombra bendita do consolo
a fonte de uma tortura aconchegante